Aécio, em NY, diz que está tudo pronto para o impeachment, só faltam as provas
Num evento que mais parecia a convenção do PSDB, a Câmara de Comércio
Brasil-Estados Unidos entregou prêmio de “personalidade do ano” aos
ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton, nesta terça-feira
(12), em Nova York. Em entrevista coletiva pouco antes do evento, Aécio
garantiu que tudo está pronto para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff,
só faltam as provas.
Segundo o candidato derrotado nas urnas, há "indícios" muito
fortes contra Dilma. “As denúncias que surgem em relação à Lava Jato, inclusive
na última semana, mostram que houve dinheiro de propina para a campanha
presidencial. E isso é extremamente grave”, disse Aécio, que foi citado pelo
doleiro Alberto Youssef no esquema de propinas de Furnas.
O tucano disse também que todas as cogitações estão sendo avaliadas pelo PSDB.
A tese do impeachment dividiu os tucanos e aliados da oposição por causa da
falta de base jurídica e da falta de apoio político.
A premiação aconteceu no hotel Waldorf Astoria e contou com a presença de 1.200
pessoas, entre tucanos “ilustres” e outros políticos que viajaram especialmente
para acompanhar a entrega do prêmio, que para eles equivale ao Oscar.
Os senadores Aécio Neves, Tasso Jereissati e José Serra, os governadores
Geraldo Alckmin (são Paulo), Marconi Perillo (Goiás) e Pedro Taques (Mato
Grosso) e – vejam só – o ex-senador José Sarney (PMDB), além de deputados
federais, empresários, diplomatas, executivos do setor financeiro e socialites,
que desfilaram de smokings e vestidos de gala.
Entre os empresários e executivos brasileiros, estavam presentes Luiz Carlos
Trabucco, do Bradesco, André Esteves, do BTG Pactual, Luis Furlan, da Brasil
Foods, José Luis Cutrale, Rubens Ometto, da Cosan, e Roberto Setúbal, do Itaú.
Num discurso proferido parte em inglês, parte em português, FHC falou o que os
gringos e os tucanos queriam ouvir. Fez questão de lembrar que foi o pai da
privatização dos serviços de telefonia e do que chamou de “abertura comercial
do Brasil”, ou seja, da entrega das estatais ao capital estrangeiro. Lembrou
tudo isso para criticar os governos de Lula e Dilma.
“O governo interpretou o que era política de conjuntura como um sinal para
fazer marcha à ré”, observou. “Paulatinamente fomos voltando à expansão sem
freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos
megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns
governos do passado”, disse.
“Cardoso foi a pessoa certa no tempo dele. Aliás, é a pessoa certa em qualquer
tempo”, choramingou Clinton.
O publicitário Nizan Guanaes, que foi um dos mestres de cerimônia e fez a
apresentação de Clinton, também manifestou o seu derrotismo. “Ter saudade quer
dizer sentir a falta de alguém. Saudade, presidente Fernando Henrique”, disse o
marqueteiro da campanha de 1998 de FHC e de José Serra em 2002.
A “saudade” de Nizan e outros é na verdade inconformismo com as quatro derrotas
consecutivas que tiveram nas urnas. O povo brasileiro reafirmou que não tem
“saudade” nenhuma da política de quebradeira da indústria, arrocho dos salários
e perda de direitos dos governos tucanos, por isso reelegeu a presidenta Dilma.
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot