VANNUCHI: “SEM IMPEACHMENT, AÉCIO PERDE O RESTO DAS FORÇAS”
Analista político
acredita que o tucano deverá passar a ser visto como "traidor dos
movimentos que o apoiaram" e diz que Aécio Neves se apresenta como figura
oposta ao seu avô Tancredo Neves; "O ex-presidente sempre fazia mediações
entre o movimento das Diretas Já e os militares, assim com um pé em cada canoa,
construiu sua vitória no colégio eleitoral. Entretanto, Aécio perdeu esse DNA,
pois é uma liderança política furiosa, que não faz nenhum tipo de
intermediação, se bateu raivosamente pelo impeachment, até cair numa armadilha
tucana"
O analista político
Paulo Vannuchi afirma nesta sexta-feira, 22, em sua coluna para a Rádio Brasil
Atual que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, perde cada vez mais força
no seu eleitorado, pois deverá passar a ser visto como "traidor dos movimentos
que o apoiaram". O candidato derrotado à Presidência anunciou desistência
da ação de impeachment contra Dilma Rousseff, após parecer do jurista Miguel
Reale Júnior ter admitido não haver indícios suficientes.
"A
mídia está tão focada em atacar o PT, Lula e a Dilma, que se fosse em outros
tempo, não teria perdido a chance de fazer a ironia de que os tucanos sempre
ficam em cima do muro, sinalizando de um lado e para o outro", afirma.
Segundo
o comentarista, Aécio se apresenta como figura oposta ao seu patrono na
política, o avô Tancredo Neves. "O ex-presidente sempre fazia mediações
entre o movimento das Diretas Já e os militares, assim com um pé em cada canoa,
construiu sua vitória no colégio eleitoral. Entretanto, Aécio perdeu esse DNA,
pois é uma liderança política furiosa, que não faz nenhum tipo de
intermediação, se bateu raivosamente pelo impeachment, até cair numa armadilha
tucana."
Para
o comentarista, o "partido da mídia" continuará atacando o PT, e
principalmente Lula, porém o cenário já não é tão positivo. "Haverá troco,
já que o ex-presidente é a maior liderança política do país. No ponto de vista
de propaganda, quando alguém bate excessivamente pesado, pode gerar o 'efeito
bumerangue', que deverá deixar algumas pessoas com um pé atrás nessa onda de
ataques."
"É
importante lembrar que essa desistência do PSDB abre espaço para a Dilma 'sair
das cordas'. Aliás, ela acertou ontem (21), ao incluir uma elevação de bilhões
a serem arrecadados, com o aumento da parte de impostos que os bancos pagam a
partir do seu lucro de cada ano", analisa.
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