A BUFA DE GILMAR MENDES FICA PRESA NAS PRÓPRIAS CALÇAS, E NÃO ATROPELA A JUSTIÇA
Gosmento
Como se previa (prever o obvio não tem graça) o Ministro Gilmar Mendes
reagiu aos “coices” à observação do Procurador Geral da Justiça, Rodrigo Janot
de que apontou como inconveniente Justiça e o próprio MP se
tornarem “protagonistas exagerados do espetáculo da democracia”.
Dura,
mas civilizada crítica, bem diferente do grosseiro diapasão daquele
que, segundo o insuspeito Joaquim Barbosa, está acostumado a falar “com os seus
capangas lá do Mato Grosso”, onde Mendes acha que pode dizer coisas deste naipe:
“O procurador deveria se ater a cuidar da Procuradoria Geral da
República e procurar não atuar como advogado da presidente Dilma”
Imagine,
para avaliar o grau de ofensa, o que se conteria numa afirmação idêntica,
só que partida de Janot:
“O Ministro deveria se ater à sua função de magistrado
e não procurar aturar como advogado de Aécio Neves”.
Gilmar
Mendes, que demonstra interesse em escrafunchar as contas de Dilma até achar
algo que lhe permita criar o fato político de pedir a cassação de seu mandato e
abrir caminho para que a oposição torne este pedido razão bastante para o
impedimento da presidenta, vai demonstrar o mesmo rigor, agora que a
Ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo
de prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves no TSE apontou 15 irregularidades na contabilidade
entregue pelo tucano, inclusive o “sumiço” de alguns milhões de
reais doados pela Odebrecht?
Ou
alguém estaria errado em imaginar que Mendes, na próxima sessão do TSE em
que se toque no assunto, vá deixar de despejar sua ira nos outros
ministros, a maioria deles incapazes de reagir exigindo decoro e dignidade no
exercício da função?
Seja
como for, a grosseria verbal de Gilar Mendes corresponde, inequivocamente, a
uma percepção de que não estão todos avassalados diante de sua fúria e que não
será simples como com os “capangas do Mato grosso” fazer suas vontades.
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