Delação Premiada: Vazamento mal calculado
Segundo as pesquisas eleitorais, a delação do ex-diretor da Petrobras não prejudicaram a campanha de Dilma Rousseff
Divulgação sem provas da delação de ex-diretor da Petrobras tem
Dilma como alvo, mas ela ainda não foi atingida, mostram as pesquisas
Foi ação calculada o vazamento de acusações vagas, feitas pelo
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, contra
governadores, ministro, empresas e parlamentares da base governista integrantes
de um suposto esquema de corrupção nas entranhas da maior estatal brasileira,
a empresa mais importante do País.
Marina surpreendeu-se com
a inclusão de Eduardo Campos na panela. Aécio ficou mais à vontade para atacar
as duas opositoras.
O alvo era a candidatura
da presidenta. Com o peso da autoridade e a imagem preservada pela seriedade,
ela tem reafirmado constantemente um comprometimento profundo, política e
administrativamente, com a Petrobras. Atingida por denúncias ainda em fase de
apuração, as acusações provocariam mais danos à imagem da empresa e
ricocheteariam na candidatura de Dilma.
Exceto pelo vaivém da
Bolsa de Valores, provocado pelos adversários de sempre, os danos não ganharam
a proporção desejada. Houve, ao contrário, bônus para os especuladores mais
famintos.
No caso da candidata
petista, isso se comprova com o resultado de três últimas pesquisas de
institutos diferentes, realizadas praticamente no mesmo espaço de tempo. Ou
seja, entre os dias 5 e 9 de setembro, logo após, portanto, de as acusações
explodirem na mídia conservadora sempre sequiosa por boatos contra o governo e
o PT.
Em
resumo, Dilma, à frente, sobe. Marina, em segundo lugar, desce, e Aécio empaca
em terceiro lugar.
As acusações provocaram, porém, efeito profundo no discurso dos candidatos. Os
temas políticos, econômicos, o plano para governar, tudo foi sufocado pelo
programa das acusações recíprocas. Nesses casos, quem está no poder, com o
telhado de vidro sempre à disposição dos opositores, sai prejudicado.
Acusar é mais fácil do que
debater.
Assim fez Aécio. E talvez
não tenha tomado o melhor caminho para ele próprio. Atacou Marina, sua
adversária imediata. Foi mais duro com Dilma como se tivesse gana de
desconstruí-la como candidata.
A inconsistência das
acusações, caso não surjam provas reais, fará a campanha voltar ao leito
normal. É de se esperar. Os problemas brasileiros vão muito além da
corrupção gerada nos vícios de uma sociedade permissiva.
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