ATO EM DEFESA DA PETROBRAS MARCA O INÍCIO DE LULA 2018
O evento de ontem no
Rio de Janeiro, em que o ex-presidente Lula afirmou que "defender a
Petrobras é defender o Brasil, é defender os trabalhadores, é defender a
democracia" pode ser encarado como o primeiro movimento concreto para sua
candidatura, em 2018; com esse discurso, ele sinalizou que está pronto para
voltar, caso perceba que conquistas dos trabalhadores estão ameaçadas; crise da
Petrobras ameaça, na visão do ex-presidente, a indústria naval, que renasceu em
seu governo, e a própria democracia, com o espaço que vem sendo construído pela
mídia para que 'salvadores da pátria' se lancem no jogo político; disposto a
lutar, Lula sinaliza que não se acovardará.
Em entrevista ao 247, no último domingo (leia aqui), o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, falou sobre em que condições o ex-presidente Lula se
recolocaria no jogo político, como candidato do PT à presidência da República,
em 2018.
"Lula
será o candidato em 2018? Pode ser, mas não é certo que será. Se ele pudesse
desenhar o futuro, talvez não quisesse voltar à presidência. Não custa lembrar
que o Eduardo Campos vinha sendo preparado para isso. Todo mundo sabe disso e
todo mundo se esquece disso. Acho que ele só poderá se recolocar se sentir que
há ameaças às conquistas da população mais pobre. Se ele o fizer, terá o
entusiasmo dos petistas e de muitos não-petistas", disse Haddad.
Ontem,
ao discursar na Associação Brasileira de Imprensa, no ato em defesa da
Petrobras, Lula sinalizou que as condições para sua volta estão dadas, ao dizer
que "defender a Petrobras é defender o Brasil, é defender os
trabalhadores, é defender a democracia" (leia mais aqui).
Em
primeiro lugar, porque o cerco à Petrobras já ameaça mais de 100 mil empregos
na indústria naval, que renasceu no governo Lula. Por todo o Brasil,
estaleiros, que contam com participação de empresas envolvidas na Lava Jato,
demitem trabalhadores.
Além
disso, o ambiente de criminalização do PT e de negação da política, estimulado
por meios de comunicação conservadores, favorece a ascensão de 'salvadores da
pátria'. O candidato mais óbvio a encarnar esse figurino é o ex-ministro
Joaquim Barbosa, que, no Carnaval, pendurou uma melancia no pescoço e disse
falar em nome dos 'brasileiros honestos'.
Se
Lula afirmou que defenderá os trabalhadores e a democracia, isso significa que
ele tem plena ciência de sua responsabilidade histórica, no momento atual, em
que cresce, na sociedade brasileira, um movimento protofascista, cujo exemplo
concreto, nesta semana, foi a agressão ao ex-ministro Guido Mantega, no
Hospital Albert Einstein (leia mais aqui).
Lula
também deixou claro que não se acovardará. "O mais importante legado
que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida e ninguém vai
fazer eu baixar a cabeça neste país.
Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu
quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também",
afirmou.
Isso significa que o sindicalista que
incendiou as massas, na década de 80, no ABC paulista, está de volta. Como
disse seu ex-porta-voz Ricardo Kotscho, agora é guerra (leia aqui).
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