DILMA 2: SEM RACIONAMENTO E SEM REBAIXAMENTO









Apesar do mau humor de parte da população, expresso nas manifestações do último dia 15 de março, duas notícias de ontem, destacadas nas manchetes da Folha de S. Paulo e do Valor Econômico desta terça-feira, apontam que a direção do segundo governo Dilma é a correta; de um lado, há a decisão da agência Standard & Poors, que manteve o Brasil como bom pagador e na condição de "grau de investimento", em razão da determinação em aplicar o ajuste fiscal; de outro, relatórios de bancos de investimento, destacados pelo Valor, apontam que o risco de racionamento de energia é cada vez menor, em razão não só do regime de chuvas, mas também da redução do consumo em razão de tarifas maiores; com energia e uma boa classificação de risco, o Brasil está mais apto a retomar o crescimento, apesar da histeria de quem aposta no quanto pior, melhor.

Apesar de todo o massacre recente dos meios de comunicação, que contribuiu para o mau humor da população que se viu nas manifestações de 15 de março, o segundo governo Dilma tem dois motivos para comemoração – e eles estão nas manchetes desta terça-feira da Folha de S. Paulo e do jornal Valor Econômico.

A Folha destaca a decisão da agência internacional de risco Standard & Poors de manter a nota atribuída ao Brasil, que está nos países considerados bons pagadores, ou seja, com grau de investimento. A agência avalia que o ajuste fiscal capitaneado pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda, é sólido e conta com apoio integral da presidente Dilma, que, ontem, reuniu vários ministros para defender a redução de gastos. "É preciso gastar mais com o Brasil do que com Brasília", disse ela. A S&P também avalia que o ajuste passará no Congresso, apesar dos problemas de articulação com a base aliada.

O Valor Econômico, por sua vez, publica relatórios de bancos de investimento, como o JP Morgan, que consideram cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia no Brasil, em 2015 – ideia defendida, em entrevista deste fim de semana, pelo economista Armínio Fraga (ex-futuro-ministro da Fazenda de Aécio Neves). Segundo o JP Morgan, o racionamento será evitado não apenas porque o regime hidrológico melhorou, ou seja, choveu mais, mas também porque o aumento recente na conta de luz desincentivou o consumo, gerando mudanças no comportamento dos brasileiros.

Sem rebaixamento e sem racionamento, o Brasil estará mais apto a atravessar com mais rapidez o período de ajustes, podendo atrair investimentos e voltar a crescer antes do que se imagina. Segundo o ministro Nelson Barbosa, a economia já estará crescendo no terceiro trimestre deste ano.

Ainda que de forma não assumida, o "quanto pior, melhor" era uma das apostas da oposição. O ex-governador paulista Alberto Goldman defendeu, em artigo publicado na Folha, que a deterioração das condições econômicas seriam uma das condições para um eventual impeachment.

Com a nota de risco mantida e a hipótese de racionamento afastada, o tema mais urgente, agora, é evitar o colapso do setor de infraestrutura e da indústria naval, que vem sendo provocado pela Operação Lava Jato.




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