Meta do governo é gastar mais com o Brasil e menos com Brasília
Após
reunião semanal da Coordenação Política, realizada nesta segunda-feira (23)
no Palácio do Planalto, os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Kátia
Abreu (Agricultura) concederam entrevista coletiva apontando os principais
pontos discutidos na reunião com a presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com os ministros, a presidenta Dilma
reafirmou que o contingenciamento do Orçamento 2015, aprovado na semana passada
pelo Congresso Nacional, preservará investimentos e, principalmente, os
programas socais.
A
ministra Kátia Abreu, destacou que a presidenta Dilma deu ênfase “muito forte”
à gestão. O foco do governo, segundo ela, será no cidadão. “Os ministérios
deverão levantar suas prioridades máximas, que ela [Dilma] pessoalmente vai
avaliar. Não será um corte puro e simplesmente cego. Os programas prioritários
deverão ser avaliados por ela e escolhidos pessoalmente antes do corte”,
explicou a ministra.
Kátia
disse que a presidenta pediu para gastar mais com o Brasil e menos com
Brasília. “O que a presidente determinou é que se inverta a lógica. O cidadão
determina o que precisa e o governo atende", disse.
A
ministra disse ainda que a presidenta pediu que todos os ministérios estejam
focados no projeto Pátria Educadora. "Temos de fazer valer nossa direção que
é a Pátria Educadora, para que ela seja do mundo real", afirmou Kátia
Abreu.
Nelson
Barbosa, disse que o orçamento será analisado pelo governo sob a ótica dos
contingenciamentos necessários para o reequilíbrio fiscal. “A presidenta
colocou a importância do reequilíbrio fiscal do atingimento da meta e que isso
vai requerer um contingenciamento e nós vamos agora definir o valor global e
qual é a distribuição desse contingenciamento por ministérios. Vamos anunciar
isso quando colocarmos no decreto de programação orçamentária para o resto do
ano”, afirmou Barbosa.
Sobre as
medidas que alteram os prazos de concessão de direitos trabalhistas e
previdenciários, Barbosa destacou que a negociação inicia-se formalmente na
Câmara dos deputados, já que “informalmente já vêm acontecendo há bastante
tempo”.
“Agora
apontados os presidentes, o relator, os membros de cada comissão, vamos lá
defender nossa posição. Achamos que as medidas foram propostas no grau
adequado, no grau certo para aumentar a justiça previdenciária, para aumentar a
justiça trabalhista e vamos ouvir as sugestões que todos têm”, disse.
Perguntado
sobre alternativas para alcançar a meta fiscal caso as medidas não sejam
aprovadas pelo Congresso, Barbosa disse que é preciso aguardar a análise dos
parlamentares. “Não é o momento de discutir alternativas sobre o que não foi
nem formalmente aprovado ou discutido. Estamos confiantes de que o Congresso
irá apoiar essa iniciativa do governo, fazendo as sugestões e aperfeiçoamentos
onde achar necessário. Somente depois desses projetos serem aprovados pelo
Congresso avaliaremos se é necessário ou não tomar ações alternativas ou
complementares”.
Desoneração
O governo
também disse estar otimista quanto a aprovação pelo Congresso do projeto de lei
que altera alíquotas e reduz a desoneração da folha de pagamento das empresas.
Inicialmente o texto foi enviado como medida provisória, mas foi devolvida pelo
presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Segundo
Barbosa, a proposta que reduz a desoneração da folha de pagamento das empresas
deverá proporcionar ao governo uma economia de R$ 12 bilhões. “Aumentando,
assim, o resultado da previdência e preservando a essência do programa”,
explicou.
Ele
anunciou ainda que o governo retomará as concessões de aeroportos com a
apresentação de propostas de concessões para os aeroportos de Salvador,
Florianópolis e Porto Alegre. “Vamos apresentar formalmente as propostas ao
setor privado e à sociedade como um todo nos próximos dias”, disse.
Além dos
ministros Kátia Abreu e Nelson Barbosa, a reunião com a presidenta Dilma contou
com o vice-presidente Michel Temer, com os ministros Eliseu Padilha (Aviação
Civil); Eduardo Braga (Minas e Energia); Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe
Vargas (Relações Institucionais), Jaques Wagner, (da Defesa) e Miguel Rossetto
(Secretaria Geral); Gilberto Kassab, (Cidades) e o assessor especial da
presidente, Giles Azevedo.
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