26 profissionais renomados do mundo do direito estão na lista do HSBC - Imaginem quando a pesquisa chegar à bagaceira
Do uol:
Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, um
ex-procurador-geral de Justiça do Rio e uma ex-defensora pública-geral de
Pernambuco estão relacionados a contas da agência do HSBC em Genebra, na Suíça.
Também aparecem no acervo de dados vazado do banco sócios e
ex-sócios de alguns dos maiores escritórios de advocacia do país: Machado,
Meyer, Sendacz e Opice; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga; Levy e
Salomão; e Trench, Rossi e Watanabe.
Procurados pela reportagem, todos negam irregularidades ou
se recusam a comentar.
O vazamento dos dados, conhecido como SwissLeaks, refere-se
a informações dos anos de 2006 e 2007, extraídas da agência do HSBC, em
Genebra, em 2008 por um então técnico de informática da instituição, Hervé
Falciani. Em 2014, o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas
Investigativos) firmou uma parceria com o jornal francês “Le Monde” para
investigar o caso. No Brasil, o UOL e o “Globo” têm exclusividade na apuração.
Para esta reportagem, foram pesquisados os nomes de todos os
ministros do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal
Superior Eleitoral, Tribunal Superior do Trabalho e Superior Tribunal Militar.
O cruzamento incluiu os desembargadores dos 5 Tribunais Regionais Federais e os
dos Tribunais de Justiça dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
O UOL e o “Globo” também compararam a lista do HSBC com a
dos 500 advogados mais admirados do país, segundo um ranking especializado
produzido pela editora Análise Editorial, e outras listas de profissionais
premiados. Foram ainda checados os nomes de chefes do Ministério Público e da
Defensoria Pública. No total, cerca de 1.500 nomes foram pesquisados.
Do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo),
aparecem 2 desembargadores.
Jayme Queiroz Lopes Filho, da 36ª Câmara de Direito Privado,
ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, está ligado a 2 contas.
Uma aberta em janeiro de 1997 e fechada em janeiro de 1999. Outra surge em
outubro de 1998 e ainda permanecia ativa em 2006 e 2007, com saldo de US$
131.147.
Também está na lista Paulo Eduardo Razuk, da 1ª Câmara de
Direito Privado do TJ-SP, com uma conta aberta em novembro de 1994 e fechada em
março de 2004 –o saldo, nesse caso, está zerado.
Há 1 desembargador aposentado do TJ-SP relacionado ao HSBC
de Genebra: Ney de Mello Almada, hoje advogado. A conta vinculada ao seu nome
na agência suíça do banco foi aberta em maio de 1992 e permanecia ativa em 2006
e 2007, com saldo de US$ 263.922.
O ex-procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
de 1987 a 1991, Carlos Antonio da Silva Navega, está relacionado a 3 contas no
HSBC, todas já fechadas quando os dados foram extraídos do banco, em 2008.
Está também na listagem a ex-defensora pública-geral de
Pernambuco Marta Maria de Brito Alves Freire. Ela comandou a instituição de
2010 a 2014. A conta vinculada ao seu nome e ao de seu marido, o advogado
Marcos Freire Filho, foi aberta em 29.out.1996 e tinha saldo de US$ 1,016
milhão em 2006/07.
Marcos Freire Filho não tem relação de parentesco com o
político pernambucano Marcos Freire (1931-1987), líder do MDB durante a
ditadura militar e ministro da Agricultura de José Sarney, nos anos 1980.
(…)
O UOL e o “Globo” solicitaram a todos os citados nesta
reportagem que enviassem ou mostrassem documentos para comprovar a declaração
dos valores à Receita Federal e ao Banco Central. Apenas 2 enviaram papéis.
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