Para FHC, professor é 'coitado' que não conseguiu ser pesquisador
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não dá
uma dentro e não é de hoje. Muito antes de declarar que aqueles que votam no PT
são “menos informados”, o presidente já tinha cometido uma gafe das grandes com
os professores brasileiros. A gafe, cometida em 2001, foi repercutida pela Folha
de S. Paulo.
Durante a cerimônia de entrega do prêmio nacional
da Finep de inovação tecnológica, o FHC afirmou que professor é um
"coitado" que não conseguiu ser pesquisador, demonstrando a forma
como os tucanos veem a educação no nosso país.
Enquanto Lula e Dilma Rousseff trabalham para valorizar a profissão, Aécio
Neves segue com o pensamento tucano: pagou menos do que o piso salarial para a
categoria em
Minas Gerais. Afinal , se seu mentor, FHC, – com sua
experiência como professor no Instituto de Estudos Avançados de Princeton –,
subestima o trabalho e a importância dos professores.
Leia abaixo a íntegra da matéria publicada na Folha
Para FHC, professor é
'coitado' que não conseguiu ser pesquisador
O presidente Fernando Henrique Cardoso cometeu hoje uma gafe com os professores
durante a cerimônia de entrega do prêmio nacional da Finep de inovação
tecnológica.
Ao relatar sua experiência como professor do Instituto de Estudos Avançados de
Princeton (EUA), FHC afirmou que os pesquisadores e bolsistas da universidade
que não conseguiam produzir viravam professores.
“Se a pessoa não consegue produzir, coitado, vai ser professor. Então fica a
angústia: se ele vai ter um nome na praça ou se ele vai dar aula a vida inteira
e repetir o que os outros fazem”, afirmou o presidente.
Ao encerrar o discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Finep de Inovação
Tecnológica, FHC afirmou: “Lá (o Instituto de Princeton) é um lugar de pessoas
selecionadas nos Estados Unidos, de jovens PhD, os mais brilhantes – e eu não
era, porque eu já era professor, eu não sou brilhante, mas estava lá”.
Depois de afirmar que os que não conseguem produzir vão dar aula, FHC
continuou: “Aí me ensinaram uma coisa que me deixou muito atormentado a vida
toda: eles [do instituto] pegam os mais jovens, porque para ter capacidade de
inovação, para ter criatividade, pelo menos em física teórica e matemática, tem
de ser muito jovem”.
Segundo o presidente, os mais velhos sabem muito, “e quem sabe muito não cria,
fica com medo de criar, porque ‘fulano fez isso, beltrano fez aquilo’, se eu
disser isso vão dizer que é ridículo”.
Para FHC, 70, o que salva é que pertence à área de ciências humanas. “Quem sabe
[nessa área] a gente possa criar até certa idade, mas depois dos 70 não tem
jeito.”
Com informações do Portal Muda Mais
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