A QUEM INTERESSA A PALAVRA IMPEACHMENT?
O jornalista Paulo
Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, questiona o uso da palavra
'impeachment' no noticiário sobre as manobras da oposição, em sintonia com
parcela do Judiciário e dos meios de comunicação, para tratar das dificuldades
que cercam o segundo governo Dilma.
"Em
primeiro lugar, impeachment é uma forma democrática de um país declarar o
impedimento de um presidente que, acusado gravemente numa investigação
criminal, tornou-se incapaz de responder pelas responsabilidades de
governar", diz ele. "Não é isso o
que assistimos no Brasil de hoje: temos uma oposição que faz ensaios para um
golpe de Estado, mascarado pelo apoio de uma parcela do Judiciário e dos meios
de comunicação, na esperança de dar ares de legalidade a uma infâmia."
O efeito do uso abusivo da
expressão, diz ele, é o desgaste de Dilma. "Nesta
circunstância, a palavra impeachment tem um único efeito: enfraquecer uma
presidenta que se movimenta para dar novas bases ao segundo mandato",
afirma. "Num bolivarianismo ao contrário,
a oposição tenta ir às massas na tentativa de construir uma base social para um
jogo sujo. Encontra o vazio político, que é produto da aprovação do
governo, que permanece em patamares vergonhosamente altos para seus
adversários. Enquanto gatos pingados carregam cartazes que pedem intervenção
militar, 66% da população confirma seu apego a democracia".
Segundo PML, é preciso tratar
as coisas como elas são. "O golpismo de
2014, que se inspira em 1964 e 1954, deve ser repudiado como aquilo que é: um
ataque a democracia, que prefere entregar o país à treva em vez de respeitar a
vontade da maioria."
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