JANIO, DA FOLHA, CRITICA DATAFOLHA MANIPULADO
O
jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha de S. Paulo, criticou duramente
a manipulação do último domingo da própria Folha, que estampou uma manchete
tendenciosa: a de que 68% dos brasileiros responsabilizam a presidente Dilma
Rousseff pelos escândalos da Petrobras – erro denunciado, em primeiro lugar,
pelo blogueiro Eduardo Guimarães (leia aqui).
Na coluna Os
outros números, ele afirma que a dubiedade da pergunta sobre a
responsabilidade de Dilma na Petrobras leva a interpretações diferentes. Assim
como Guimarães, Janio questiona a soma dos que atribuem "muita
responsabilidade" (43%) aos que atribuem pouca responsabilidade (25%) para
somar uma maioria esmagadora dos que culpam Dilma pela crise. "As duas
interpretações levam a respostas com profunda diferença, estando, porém,
embaralhadas tanto nos 43% subscritos em "muita responsabilidade" de
Dilma, como nos 25% de "um pouco" de responsabilidade. Índices que,
somados de maneira discutível, fizeram a notícia de que 68% responsabilizam
Dilma por corrupção", diz ele.
Ele também questiona o uso da
expressão 'sobre' na pergunta. "A
dubiedade da pergunta tornou possível uma quantidade indefinida dos que a
interpretaram com um sentido e dos que lhe deram outro. 'Responsabilidade SOBRE
o caso' pode ser a de quem, detentor de uma posição hierárquica chefe de
família, dirigente de empresa, governante – deve as providências para o melhor
e correto andamento do que está sob sua responsabilidade. É admissível, para
não dizer certo, que muitos terão recebido a pergunta nesse sentido",
afirma.
A única verdade que a pesquisa
aponta, diz Janio, é outra: "46%
consideram que o governo Dilma é o que mais investigou a corrupção". Os
tucanos, com FHC, aparecem mal, com apenas 4% das menções. "O segundo, longe, é o de Lula, com 16%."
"O investimento agressivo
que a oposição faz para responsabilizar Dilma Rousseff pela corrupção na
Petrobras, como também por assuntos menos gritantes, reproduz (com menos
brilho, é verdade) mais de um período caracterizado pela mesma linha de
oposicionismo. O resultado a que chega também reproduz o de seus
inspiradores", conclui o articulista.
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