SEM ODEBRECHT, DENÚNCIA DO MP É, NO MÍNIMO, OMISSA







Anunciada em grande estilo pelo procurador Deltan Dallagnol na tarde de ontem, a denúncia do Ministério Público Federal contra 36 envolvidos na Operação Lava Jato tem um buraco do tamanho de um elefante. Trata-se da Odebrecht, maior empreiteira brasileira, e justamente aquela que foi responsável pelo pagamento da maior propina ao esquema de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Em reportagem publicada em outubro deste ano, o jornalista Mario Cesar Carvalho, da Folha de S. Paulo, revelou que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, recebeu US$ 23 milhões (o equivalente a R$ 60 milhões) pagos pela Odebrecht na Suíça. A revelação foi feita pelo próprio Costa em sua delação premiada (leia mais aqui). 

Recentemente, o procurador Dallagnol foi a Lausanne, na Suíça, e disse que as informações prestadas por Costa, em sua delação, foram confirmadas – o que nem seria necessário, uma vez que o próprio ex-diretor da Petrobras poderia fornecer seus extratos bancários.
Dallagnol também disse que os recursos, que Costa aceitou devolver em seu acordo com a Justiça, serão repatriados.

No entanto, a denúncia do MP envolve executivos apenas de empresas concorrentes da Odebrecht. São elas: OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, UTC e Galvão Engenharia. Estas seriam integrantes do suposto "clube" da Petrobras. Um clube curioso, que deixaria de fora a empresa que tem, na estatal, os maiores contratos.

Os R$ 60 milhões pagos pela Odebrecht superam os repasses pagos por todas as outras empreiteiras. No entanto, nenhum de seus executivos foi preso. A empresa foi alvo, apenas, de ações de busca e apreensão, embora o doleiro Alberto Youssef tenha feito fartas citações ao vice-presidente Marcio Faria.

Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que a Odebrecht procurou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para tentar se blindar e esvaziar a CPI da Petrobras. Segundo a denúncia, Aécio teria escalado dois senadores – Alvaro Dias (PSDB-PR) e Mario Couto (PSDB-PA) – para "fazer circo" (leia aqui).

Ao 247, o senador negou a informação. "É só você ver os fatos, acompanhar a cena política. Se existe CPMI hoje é por causa da ação da oposição, talvez em especial a minha liderança. Colocamos os parlamentares mais aguerridos na CPMI. Infelizmente, a maioria do governo abafou a CPMI. Não faz o menor sentido isso", disse ele.

A Odebrecht também negou ter pago propina a Paulo Roberto Costa, embora o próprio ex-diretor da Petrobras tenha feito a confissão em sua delação premiada. "A Odebrecht nega ter feito qualquer contato com o Senador Aécio Neves para tratar deste assunto. A empresa reitera que todos os seus contratos junto à Petrobras foram conquistados por meio de processos de seleção e concorrência estabelecidos em lei. E que não fez nenhum tipo de pagamento a executivos ou ex-executivos da Petrobras. A Odebrecht destaca ainda que tem todo o interesse em que a verdade seja apurada com rigor – e está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento", pontuou a companhia.

Seja como for, a empresa também tratou de se blindar na imprensa, com uma ampla campanha que vem sendo feita pela Braskem, empresa controlada pela Odebrecht, mas que tem a Petrobras como sócia, em todos os veículos da mídia familiar.





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