Picketty e Sachs a Merkel: dê à Grecia o apoio que a Grécia já deu à Alemanha
Jovens comemoram vitória do não. Uma resposta forte em apoio ao governo de esquerda que se opõe à agiotagem européia comandada pela Alemanha.
Enquanto aqui os “urubólogos” do
neoliberalismo desenvolvem a tesa que de que “os gregos gastaram à vontade e
agora têm de pagar” – um tipo de raciocínio que, aplicado à vida das pessoas,
implicaria na legalização da agiotagem e, quem sabe, até na entronização dos
agiotas como beneméritos – as vozes mais lúcidas têm de explicar o óbvio:
“O remédio preparado em Berlim e Bruxelas (sede da União Europeia) é pior do
que a própria doença”.
Thomas
Piketty, Jeffrey Sachs e outros especialistas dizem oque é uma evidência que
está diante de todos: a “ajuda” europeia – na verdade uma “catação” de papéis
no sistema financeiro europeu, subitamente transformados em “empréstimos” aos
gregos – só tornou pior a situação do país.
Economistas
renomados pediram à chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, uma mudança
no curso das políticas econômicas aplicadas na Grécia. Em carta aberta
publicada em diversos jornais europeus nesta terça-feira (07/07), eles afirmam
que as medidas de austeridade impostas ao país “simplesmente não funcionaram”.
Transcrevo
trechos da carta, retirados da versão em português daDeutsche Welle,
agência de notícias alemã, com uma visão que, aqui, num exercício de
masoquismo, uma subelite de analistas econômicos, por sabujice ao sistema
financeiro que controla o mundo, é tratada como simples “calote”.
“No momento, o governo grego é obrigado a
segurar um revólver contra a cabeça e disparar. Mas a bala não matará somente o
futuro da Grécia na Europa. Os efeitos colaterais destruirão a zona do euro
como farol da esperança, democracia e bem-estar. As consequências serão
sentidas no mundo inteiro”, reforça a carta.
Os economistas lembram ainda que, na década de
1950, na criação da Europa (ou reconstrução no pós-guerra),
a Alemanha se beneficiou com o perdão da dívida econômica e agora é a hora de
reestruturar a dívida grega, ao repensar a “fracassada política de
austeridade”. Para isso, é necessário perdoar parte da dívida grega e, ao mesmo
tempo, definir as reformas urgentemente necessárias na Grécia, afirmam os
economistas.
“Senhora chanceler federal, nossa mensagem
para a senhora é clara: nós pedimos que assuma um papel de liderança vital para
a Grécia, para Alemanha e para o mundo. Suas ações desta semana entrarão para
os livros de história. Contamos com a senhora para passos corajosos e generosos
em prol da Grécia”, solicitam os economistas.
A carta foi publicada nos jornais
Tagesspiegel, da Alemanha, Le Monde, da França, e The Guardian, da Inglaterra.
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