EXISTE UMA IMPORTANTE DIFERENÇA ENTRE TEORI E MORO. E NÃO É A IDADE
Atitudes diversas: Teori e Moro
Bastidores pergunta: "Quanto custa cada vazamento?... Não venham me dizer que é por pura e imuunda ideologia."
Por Carlos Fernandes
O
ministro do STF, Teori Zavascki, vem desempenhando desde a sua posse na mais
alta corte brasileira, um papel extremamente corajoso e determinante para o
fiel cumprimento da Constituição Brasileira e a justa aplicação das leis.
A sua atuação como relator do processo referente à operação
Lava Jato está se revelando oposta à do juiz federal Sérgio Moro e os seus
caçadores de uma sigla só. A sobriedade, o cuidado, a imparcialidade, a
discrição e a tomada de decisões baseada na estrita confirmação dos fatos que
tanto sobram em Teori e tanto faltam em Moro são motivos para acreditar que se
de um lado existem atitudes seletivas, do outro temos a justiça, líquida e
certa.
Com a decisão inédita de autorizar a prisão de um senador no pleno exercício de
seu mandato além da de um poderoso banqueiro com um velho histórico de relações
nem sempre republicanas com sujeitos como Eduardo Cunha e Aécio Neves, Zavascki
deixou todo o Congresso Nacional em estado de abatimento e preocupação com o
que pode estar por vir.
Se a decisão de Teori para autorizar a prisão do líder do
PT no Senado se baseou numa gravação efetuada pelo filho de Nestor Cerveró,
mais contundente foi o motivo que o fez decidir pela prisão de André Esteves,
presidente do banco BTG Pactual.
Além da denúncia de que Esteves tinha oferecido 4 milhões
de reais para que Cerveró não efetuasse o acordo de delação, surgiu a notícia
de que o banqueiro obtivera cópias de documentos sigilosos sob a guarda do
complexo prisional da PF em Curitiba. Nas palavras do próprio Teori: “Vem à
tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do
anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró,
confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na operação Lava
Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo
investigatório”.
É estarrecedor.
Se os vazamentos seletivos que o país inteiro presenciou
durante todas as fases da Lava Jato já eram um escândalo, chegamos agora à
constatação de que não só existem pessoas no grupo de trabalho de Moro ou da PF
ou de ambos vazando informações como também entregando cópias de documentos
para poderosos envolvidos nos esquemas de corrupção.
Ou seja, existe um movimento que trabalha para salvar a
pele dos homens de maior poder e influência desse país. Tal movimento,
longe de pretender exterminar com a corrupção no Brasil, em boa medida
trabalha para que ela seja mantida e jamais importunada. É difícil imaginar que
as medidas que foram tomadas por Teori pudessem acontecer caso o relator do
processo fosse alguém como Gilmar Mendes ou se toda a operação estivesse a
cargo unicamente de Sérgio Moro.
O simples fato de a mulher e a filha de Eduardo Cunha
ainda estarem livres, sem sequer possuírem qualquer imunidade parlamentar,
mostra o quanto a Lava Jato parece empenhada em combater a corrupção quando os
envolvidos pertencem ao PT. A questão final é: com a comprovação de que existem
corruptos dentro da própria operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro tomará
finalmente alguma medida para punir os culpados e acabar com os vazamentos
seletivos de informações e documentos?
Ou será preciso que o ministro Teori Zavascky faça lembrar
ao magistrado que a justiça do Brasil de hoje já atinge banqueiros, políticos e
até juízes federais?
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot