A VEZ DE RENAN E DOS OUTROS HOMENS DA MALA
A Veja canta a pedra: depois das quedas de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, seria a vez de
derrubar o terceiro homem na linha sucessória: o presidente do Congresso
Nacional, senador Renan Calheiros.
247 – Os grampos de
Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, em sua conversa com o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), explicitariam o que movia o PMDB do
Senado a abraçar o processo de impeachment: era preciso "estancar essa
sangria", freando as investigações da Lava Jato.
Se essa foi estratégia, há um risco
concreto de que ela fracasse. O motivo: segundo reportagem de capa da
revista Veja, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,
homologou a delação premiada de Felipe Parente, empresário cearense,
amigo da família Machado, que seria o "homem da mala" do PMDB.
De acordo com suas acusações, ele
entregaria propinas para o senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Valdir
Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR), para o ex-presidente José
Sarney (PMDB-MA), e para o presidente do Congresso Nacional, senador
Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na capa, Veja estampa a imagem de
Renan e diz ser chegada a hora de abater o terceiro nome da linha
sucessória, depois das quedas de Dilma Rousseff e do ex-presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ouvido pela revista, Renan nega as
acusações. "Não conheço a pessoa mencionada nem sei de quem se trata. A
chance de achar qualquer impropriedade em minhas contas – eleitorais ou
pessoais – é zero. Nunca autorizei ou credenciei quem quer que seja a
falar em meu nome", afirmou Renan, por meio de nota.
O fato é que se houver uma nova
ofensiva da Lava Jato, direcionada ao PMDB, especialmente à cúpula do
partido no Senado, a agenda legislativa do governo Michel Temer poderá
subir no telhado. O apoio de Renan é fundamental para a aprovação de
medidas como a PEC 341, que impõe um teto sobre gastos públicos, para a
repatriação de recursos e para a abertura do pré-sal.
Caberá a Temer, agora, provar ser capaz de cumprir a promessa feita aos caciques do PMDB, que é "estancar essa sangria".
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