Fora da luta não há solução











Nos últimos dias, a opinião pública foi tomada de surpresa pela mudança de atitude dos proprietários dos principais grupos empresariais do país, inclusive das Organizações Globo. Até a véspera do ato do dia 16 de agosto comprometidos com uma postura golpista, tais lideranças (principalmente representantes de instituições financeiras, como o Bradesco) começaram a falar em “agenda positiva”, expondo uma divisão entre a direita.
Ao invés do impeachment da presidenta Dilma, agora eles defendem aquilo que denominam de “entendimento” para tirar o país da crise. Com isso, a tensão política acumulada desde o início do ano baixou de temperatura.
Claro, o recuo dos golpistas constitui um evento positivo. Porém, surge uma pergunta: por que agem dessa maneira esses setores da elite brasileira e quais suas intenções?
Ainda é muito cedo para responder com inteira segurança. No entanto, pelos menos três razões podem ser cogitadas.
A primeira é a de que os grandes capitalistas se comportam dessa maneira por conveniência: o prolongamento da instabilidade e a ausência de regras claras na economia geram uma diminuição de seus lucros e os impede de planejar as suas ações no médio e longo prazo.
Em segundo, a atitude do governo do PT e dos seus aliados de reforçar sua base institucional, isolando o deputado Eduardo Cunha, com vistas as trazer certas áreas do PMDB para seu apoio, ao que tudo indica, começa a dar algum resultado.
Além disso, as movimentações para a formação de uma ampla frente progressista e a organização do grande ato de amanhã, dia 20 de agosto, demonstram a disposição do sindicalismo e dos movimentos sociais de defender, a qualquer custo, a legalidade democrática e os direitos coletivos.
Com essa mudança de postura, novos problemas se apresentam. Pelo visto, a orientação dos partidos e segmentos comprometidos com o neoliberalismo sofrerá modificações. No lugar de agredir o Estado de Direito, como têm feito até aqui, tais forças buscarão ampliar o seu controle sobre as instituições - já quase absoluto -, bloqueando as poucas iniciativas de mudança de estrutura ainda em pauta no Congresso, no Judiciário e mesmo em boa parte do Poder Executivo.
A edição da Agenda Brasil, de autoria do senador Renan Calheiros, constitui anúncio dessa alteração de rumo, cujo objetivo visa a aprovação de contrarreformas no texto da Constituição de 1988. Não podemos nos enganar.
Diante desses indícios, creio que a tática dos lutadores sociais deverá permanecer a mesma que provocou a divisão das forças da direita: mobilizar as ruas por todo o país, em favor da legalidade democrática, contra a desnacionalização da economia (firme na defesa do Pré-Sal) e pela adoção de uma nova orientação econômica de retomada do desenvolvimento com distribuição de renda.
A manifestação de amanhã, dia 20 de agosto, ganha com isso, nova importância.




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