AS 3 MULAS DO PMDB - YUNES, PADILHA E MT
O triplex do crime
A seguir, texto de Alex Solnik
Anarrativamontada pelo Palácio do Planalto e "comprada" pela
imprensa que aderiu ao golpe do impeachment que consiste em
responsabilizar e criminalizar somente Eliseu Padilha e relativizar a
participação de Michel Temer no "Caso do Pacote de 1 milhão" entregue a
José Yunes pelo operador Lucio Bolonha Funaro pode ser desmontada por
qualquer aprendiz de Sherlock Holmes.
Senão, vejamos. O pacote de 1 milhão fazia parte do pacote de 4
milhões destinados a Padilha, que fazia parte do pacote de 10 milhões
acertados pelo então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e pelo
diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho num jantar no Palácio do Jaburu,
com presença do então vice-presidente da República, Michel Temer, e de
Eliseu Padilha.
O Jaburu era a residência oficial de Temer, e não de Padilha. A maior
autoridade presente no jantar era Temer, e não Padilha, portanto. Temer
era o chefe de Padilha, e não o contrário.
Ou seja, depois do jantar, selado o acordo com a principal autoridade
presente, Padilha saiu em campo para operacionalizar a entrega e o
recebimento da bufunfa. E então usou Yunes como intermediário, que não
era seu amigo, mas amigo de Temer. Se Yunes, como confessou, foi "mula"
de Padilha, este, por sua vez foi "mula" de Temer.
Não há como engolir a versão do Planalto de que Temer atuou dentro da
legalidade, mas Padilha, não. Ou ambos atuaram legalmente ou ambos
ilegalmente.
Para começar, se o acerto fosse legal – contribuição para campanhaS
do PMDB - não seria fechado no Palácio do Jaburu, que não era a sede do
PMDB e sim no diretório do partido. Se fosse legal, não seria fechado
com Marcelo Odebrecht que era o criador e responsável pelo propinoduto
da Odebrecht por meio de contratos com a Petrobrás.
A narrativa de que o pedido era relativo a "campanhas do PMDB" também
não para em pé a partir do momento em que Yunes revelou que, no
encontro em seu escritório, Funaro lhe disse que estava negociando a
adesão de 140 deputados à campanha de Eduardo Cunha para presidente da
Câmara.
Não era uma campanha eleitoral formal, e, portanto, não caberia uma doação legal ao partido, como Temer quer fazer crer.
A outra questão que não quer calar é: por que Temer tinha tanto
interesse em eleger Cunha presidente da Câmara? A resposta mais óbvia é
que Cunha, nesse cargo, era quem poderia dar início a um processo de
impeachment da presidente Dilma. O que alçaria Temer a presidente, em
seu lugar. O maior interessado, portanto, era Temer e não Padilha que
poderia é claro ser recompensado, mas não com o cargo máximo da
hierarquia de poder.
Ou seja, a conspiração do impeachment começou no Palácio do Jaburu e
contou com o financiamento direto (voluntário ou involuntário) da
Odebrecht e, indireto, da Petrobrás. E só foi possível com a compra de
140 votos, como Funaro contou a Yunes.
Se 140 dos 367 votos que derrubaram a presidente foram comprados,
como se deduz, qualquer aprendiz de Sherlock diria que a votação foi
viciada e é passível de anulação.
Esse é o enredo que o Palácio do Planalto, aliado à imprensa que
ainda tenta blindá-lo está tentando esconder da opinião pública.
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